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Por que a ESG é fundamental para a sustentabilidade de longo prazo e a gestão de risco reputacional: perguntas e respostas com os Fundos de Investimentos do Clima do Banco Mundial

Os princípios de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG) têm sido um tema central dos últimos dois anos nas reuniões anuais do Fórum Econômico Mundial, na Suíça. Funcionários, clientes, legisladores, investidores e ONGs têm uma expectativa crescente em relação ao impacto positivo das empresas na sociedade – desde questões relacionadas à justiça social e meio ambiente até a implementação de o-que-esperar-da-agenda-davos-2021ações de due diligence, focadas no combate a riscos para demonstrar o compromisso com o compliance.

Empresas que focam no ESG em seu negócio e em seus investimentos podem esperar alcançar os seguintes benefícios:

  • Uma reputação mais positiva e a habilidade de identificar riscos com antecedência.
  • Um melhor preparo para conformidade regulatória, uma vez que as empresas que realizam due diligence nos relatórios ESG de terceiros têm uma probabilidade maior de detectar condutas inapropriadas como suborno e corrupção.
  • Maior resiliência, já que a ESG pode promover o crescimento sustentável.
  • Potencial para crescimento acelerado no futuro, uma vez que as pesquisas mostram que pessoas mais jovens priorizam as diretrizes ESG.

2020: o ano da ESG


No último ano, a ESG deixou de ser tendência futura e passou a ser “a bola da vez”. Os investimentos em ESG bateram níveis recordes durante a pandemia. Por exemplo:

  • 51,1 bilhões de dólares em novos recursos foram investidos em fundos ESG nos Estados Unidos em 2020, de acordo com o Morningstar1. Isso é mais que o dobro do ano anterior e representa um quarto de todos os investimentos na Bolsa de Valores Americanas e fundos de investimento do ano passado.
  • 505 novos fundos ESG foram lançados na Europa e 253 fundos mudaram suas estratégias e perfil de investimento, para uma abordagem voltada à sustentabilidade em 2020, de acordo com o Financial Times.
  • A previsão é de que investimentos em ESG continuem a crescer em 2021, com um relatório recente da agência de avaliação Moody’s2 prevendo “retornos sólidos” e “crescimento entre os gestores de ativos com uma ênfase mais forte em produtos ESG”.

“A experiência de 2020 ajudará a afastar as preocupações de investidores de que investir em ESG significa abrir mão de ganhos, o que era uma barreira generalizada ao crescimento dos produtos ESG”, disse Stephen Tu, vice-presidente e executivo responsável pela área de crédito da Moody’s.

O risco de reputação impulsionando o ESG


Uma força essencial da ascensão da ESG é o fato de as empresas terem percebido a importância da reputação e a necessidade de minimizar os riscos relacionados a ela. As empresas são elogiadas com frequência – ou criticadas – de acordo com seu histórico ESG nos jornais de todo o mundo.

Por exemplo: os tabloides do Reino Unido, incluindo o The Independent e o City AM, vem cobrindo uma campanha contra o banco britânico Barclays em relação a seus empréstimos a empresas de perfuração, centrais elétricas movidas a carvão e areia asfáltica.

  • A fabricante de carros japonesa Mitsubishi enfrenta investigação da mídia, incluindo do Nikkei Asia, após a crítica da ativista climática Greta Thunberg sobre seus investimentos em um projeto de fábrica de carvão.
  • Os jornais mais influentes do mundo, incluindo o Financial Times, cobrem de forma regular críticas à “economia gigante”, na qual as grandes empresas decidem classificar seus empregados como “independentes”.

O monitoramento de mídia adversa apoia as avaliações ESG


A desatenção à ESG gera um risco elementar à reputação das empresas, mas também pode implicar em riscos financeiros, estratégicos e legais. As empresas, por esse motivo, deveriam garantir que estão tendo um impacto positivo nas questões relacionadas a ESG e exigir o mesmo de terceiros e fornecedores.

Mas como você pode saber se um terceiro – ou um investidor em potencial – está de fato comprometido com a ESG? Algumas das melhores maneiras de monitorar a ESG das empresas são:

  • Checar os atuais e potenciais parceiros terceirizados e em fontes de mídia global. Artigos na imprensa não apenas mostram a reputação de uma empresa, mas com frequência são o primeiro lugar onde as suspeitas ou acusações de deficiências relacionadas a ESG aparecem. Além do due diligence inicial, as empresas podem implementar monitoramento de risco contínuo usando as categorias PESTLE, para melhorar a percepção de bandeiras vermelhas emergentes.
  • Usar um feed de mídia adversa para alimentar análises preditivas ou integrar as ferramentas de gestão com o objetivo de alcançar mais valor em análises de riscos estratégicos, financeiros, regulatórios e à reputação das empresas. Se uma empresa foi criticada por práticas laborais em um determinado país, por exemplo, isso pode colocar em xeque seu compromisso com a ESG.
  • Revisar a menção crítica de conteúdo divulgado em rádio e TV para obter o contexto integral da postura de uma empresa em relação a questões ESG. Embora a manchete de um jornal possa destacar uma declaração isolada de um executivo, a transcrição completa da entrevista pode estabelecer a extensão do compromisso ético da empresa.

Perguntas & Respostas: o futuro da ESG


Mafalda Duarte está à frente do Climate Investment Funds (Fundo de Investimento do Clima) com aporte de 8,3 bilhões de dólares, sediado no Banco Mundial. O CIF investe em iniciativas para contrabalancear as mudanças climáticas em países de renda baixa e média. Nós a entrevistamos durante a Agenda de Davos deste ano:

A ESG foi um dos principais temas da Agenda de Davos. O que você observou?


“A ESG e os investimentos em ESG são, sem dúvida, uma tendência importante. Os fundos sustentáveis superaram o mercado em 2020 – os dois fundos de ações americanos com maiores retornos em 2020, que triplicaram em valor desde o início da pandemia, investiram em energia limpa. Todos os sinais indicam que esta tendência continuará a crescer em 2021 e mais além. De fato, a BloombergNEF prevê que meio trilhão de dólares será investido na transição para fontes de energia renováveis neste ano.”

Que tendências as empresas deveriam levar em conta?


“Uma tendência relevante e animadora é que a próxima geração se preocupa muito com o meio ambiente e as mudanças climáticas. E eles não apenas se preocupam, mas esperam e exigem que os governos e executivos em cargos de direção ajam contra as mudanças climáticas. Eu frequento conferências no mundo inteiro, nas quais encontro jovens líderes e posso garantir a você que Greta Thunberg e o Movimento Sunrise não são exceções”.

Algumas empresas podem dizer: por que isso importa tanto no fim das contas? Talvez elas se esqueçam de que os jovens de hoje serão os políticos, legisladores, investidores, empregados e consumidores de amanhã. Mais do que qualquer outra geração, essa quer trabalhar, investir e comprar de empresas que tenham um impacto positivo no mundo que as rodeia. Se as empresas falharam em alinhar seu posicionamento com as questões climáticas, elas serão ignoradas e rejeitadas pela próxima geração. Inevitavelmente, se dirigirão à falência.

Notas do tradutor

  1. Morningstar: empresa independente fornecedora de dados e análise de investimentos com sede em Chicago, Illinois, nos Estados Unidos.
  2. Moody’s: empresa de classificação de crédito de títulos

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